Das mudanças de cidade e de vida
Eu já não sei mais direito quem sou. Sei direitinho quem eu não sou, por mais que eu às vezes reproduza alguns dos meus comportamentos antigos.
O tempo sozinho numa cidade hostil como o Rio de Janeiro (hostil pra quem não tem grana pra torrar) me endureceu, me amargou. E eu, que vivia só sorrisos e nunca encontrei dificuldades em ver motivos pra viver, me acho vazio.
"O que te fazia rir, hoje já não tem mais graça". Sei que não mudei sozinho, que o que antes me cercava hoje também está diferente. Mesmo assim, quase tudo o que antes me alargava o sorriso hoje me causa uma irritação.
Tenho estado impaciente, também. Impaciente justo por sentir falta da felicidade costumeira, por ansiar seu retorno. Mas, sem ter muito em que me abraçar, me perco em pensamentos nervosos.
Não me entendam mal, entretanto. Tenho, sim, motivos pra ser muito feliz. Tenho uma namorada maravilhosa, tenho um teto sob a minha cabeça, não passo fome, não passo frio, e as questões de sustento e futuro me vêm com uma facilidade incrível. Mas isso não me mantém ocupado, e, bem sabemos: mente ociosa é um tanto quanto perigosa.
E é nesses perigos que me perco.
P.S.: Vá em paz, Lennon. A paz que tu nunca encontrou em vida. Sei quem tu foi, e, mesmo assim, sei que tu era família. Onde quer que esteja, cuida do pai.
O tempo sozinho numa cidade hostil como o Rio de Janeiro (hostil pra quem não tem grana pra torrar) me endureceu, me amargou. E eu, que vivia só sorrisos e nunca encontrei dificuldades em ver motivos pra viver, me acho vazio.
"O que te fazia rir, hoje já não tem mais graça". Sei que não mudei sozinho, que o que antes me cercava hoje também está diferente. Mesmo assim, quase tudo o que antes me alargava o sorriso hoje me causa uma irritação.
Tenho estado impaciente, também. Impaciente justo por sentir falta da felicidade costumeira, por ansiar seu retorno. Mas, sem ter muito em que me abraçar, me perco em pensamentos nervosos.
Não me entendam mal, entretanto. Tenho, sim, motivos pra ser muito feliz. Tenho uma namorada maravilhosa, tenho um teto sob a minha cabeça, não passo fome, não passo frio, e as questões de sustento e futuro me vêm com uma facilidade incrível. Mas isso não me mantém ocupado, e, bem sabemos: mente ociosa é um tanto quanto perigosa.
E é nesses perigos que me perco.
P.S.: Vá em paz, Lennon. A paz que tu nunca encontrou em vida. Sei quem tu foi, e, mesmo assim, sei que tu era família. Onde quer que esteja, cuida do pai.
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