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Mostrando postagens de agosto, 2012

O clube dos estranhos ao seu eu passado

Deparei-me, em minhas stalkeadas à maninha do meu S2, com a pergunta: a criança que eu era teria orgulho de mim?
Nem precisei refletir muito pra ter certeza de que a minha resposta é não. Entretanto, a minha reflexão veio do ponto inverso: eu também não tenho orgulho da criança que eu era. Mudei, mudei muito. Mudei o suficiente para ser "outra pessoa", alguém que não conseguiria conviver com meu eu passado.
Virei um estranho a mim mesmo, dependendo da referência temporal.
Quanto a você? Identifica-se? Se sim, seja bem vindo ao clube!

Minha bossa da alegria

É melhor ser alegre que ser triste,
A alegria é a melhor coisa que existe,
A alegria é a melhor coisa que existe.

Porque eu nasci foi pra ser dos mais alegres,
Sempre bem faceiro e serelepe,
Sempre bem faceiro e serelepe.

E quanto mais me aparece o desgosto,
Mais forte é o sorriso no rosto,
Mais forte é o sorriso no rosto.

Mesmo que às vezes fique bem carente,
A alegria é que vai mover a gente,
A alegria é que vai mover a gente.

Chega de viver tão triste!
Chega de cantar pra solidão!
Chega de dedicar à saudade
Os nobres versos da minha canção.

Na minha bossa da alegria
Eu continuo todo dia
E quando chegar mais um povo
Vou começar tudo de novo.

Freud rosado

O lado preto da lua branca
É onde o rato encontra o queijo.
The lunatic is on the grass.
O procuro sempre, mas não o vejo.

Só mais um tijolo no muro,
Insignificante.
Mas é parte de toda a trama.

É grandão e tá lá no céu.
ÔôooôôÔÔô!
Que susto!

Somos duas almas perdidas
Nadando num aquário.
Queria que estivesse aqui,
Ano após ano.


Dinheiro! Get away!
Corra como o inferno!
Nós e eles queremos, vamos te pegar.
Um gnomo chamado Grimble Crumble
Tem uma bicicleta e um homem-biscoito-de-mel.
Pedala, pedala, pedala.
Uuuuuóóóó

Chego na escola
As crianças não querem esse tipo de educação.
Hey, teacher, leave those kids alone!, grita Eugênio.
Cuidado com o machado!

A injusta dor do burro clarividente

Dói, dói, dói! Mas dói porque fui burro! Eu, que sempre penso, que sempre prevejo, deixei que tudo chegasse a esse ponto. Deixei, no fim, que a raiva subisse à sua cabeça. Depois, a contiv. Inexplicável, um tanto quanto sem motivos. Mas, ainda, previsível e justificável. Paradoxal.
Por sorte, minha língua não foi arrancada. Tenho voz, tenho palavras. Tenho a capacidade de argumentar. Tenho o dom da cura. Tenho, também, meus defeitos úteis. Paranoia, afeição excessiva, teimosia. Nada disso me permite deixar estar. Tenho o poder de mudar, de resolver. So, why not?
E assim foi feito. Não ha permissão para que tudo fique mal. E não está.
Resta a espera pelo fim de semana, pelo colo, pelo abraço, e mais que tudo, pelo nosso beijo.

Das minhas quimeras

De mim, nada terás,
Oh insano e vil desejo
De cometer esse doce pecado,
De outra vez ter o seu beijo.

Quedo-me sempre pensando,
Meditando, refletindo,
E enquanto perco meu tempo,
A vida vai se esvaindo.

Machuquei-me, macheuquei-a,
Disso sou consiente.
Como posso ter, (oh, Jah),
Tão maléfica mente?

Maléfica, malévola, sim,
Porque meu amor fiz sofrer.
Doutra feita, só o faria
Mais e mais me querer.

Portanto, escrevo estas linhas,
Perco-me em pensamentos,
Afogo-me em saudades
E fico a esperar teus alentos.

Muitas formas de expressão, mas nenhuma maneira

Escrevi muito, hoje. Conversei. Toquei. Cantei. Dancei. Lutei, até. Ainda assim, sinto que não me expressei.
Não, não expressei aquilo que quero, que preciso expressar. Estou numa felicidade tremenda, até elétrica! Mas estou agoniado ao extremo!
"Eu não sei o que eu tô fazendo, mas... tive que fazer". Essa frase tá martelando minhas têmporas pelo dia inteiro. E eu, aqui, sem saber como agir, como me livrar dessa agonia, como me expressar adequadamente.
Sinto que, se eu tiver sucesso, essa alegria há de contagiar a todos que se deixarem tocar.
Mas eu simplesmente não consigo.
(Eita, perigo).

Dia cheio de vazio

Sinto-me tão vivo! Tão desperto, tão criativo!
Mas tão sufocado... preso nessa rotina, sem a liberdade de ir e vir quando quero e com quem quero. E cada vez mais os instantes bem aproveitados passam voando. Arrasta-se o tempo de espera. E nesse limbo, perdido, fico eu.
Esperando, esperando, esperando...
E escrevendo.

O declínio das tradições juninas

Vinte e quatro de junho: dia de São João. Logo me lembro das grandes quermesses, altas fogueiras, guloseimas em quantidade, sorrisos, alegria. Entretanto, é apenas uma lembrança, pois não mais reconheço esses detalhes, nem tampouco percebo o "clima caipira".
"Onde estão as bandeirinhas?", eu me pergunto. Já não mais encontro as ricas, sem deixar de ser simples, decorações juninas. Não encontro mais os meninos usando chapéus de palha e bigodes desenhados, nem as meninas e seus vestidos cheios de babados, suas tranças e suas bochechas cor-de-rosa, cheias de pintinhas. Não vejo camisas xadrez, calças remendadas, danças de quadrilha, recadinhos anônimos, a tradicional brincadeira da pescaria. Não sinto mais aquela sensação de paz, de que todos buscam a ingênua diversão caipira.
Mesmo o comércio, o qual via, aí, grande oportunidade de lucro, não tem suas vitrines enfeitadas com balões de papel e correntinhas penduradas. O marketing televisivo também não usa mais o tema das festividades. A cada ano, festas menores, e em muito menor quantidade. Tomando como exemplo a Fundação Liberato, podemos verificar que, embora tenha sido uma evolução o retorno da festa junina, temos festejos fracos,desinteressantes, até, o que contrasta fortemente com as tradições de vinte e cinco anos atrás, conforme contam Iole Schmindt e Luciano Lawisch, estudantes da época e, afortunadamente, meus pais. Segundo eles, naquele tempo a festa não durava apenas um dia; durava uma semana, com eventos e atividades tradicionalistas organizadas tanto por alunos quanto pela escola. Todos vinham a caráter, participavam, se divertiam, dançavam, pulavam, riam!
E hoje? Hoje, apenas uns poucos que guardam boas lembranças e, assim como eu, insistem em tentar manter vivas as tradições festivas, permitindo que outros também tenham, ali, seus bons momentos.


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Só pra constar que o texto é de uns dias antes do dia de São João, e, tendo sido recebido de volta só no presente, posto-o aqui tal como o escrevi.