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Mostrando postagens de janeiro, 2014

Dos finais

Tudo tem seu fim.
As aventuras, as alegrias, os bons momentos... tudo acaba superado pelo tempo (ou sua falta), pela rotina, pelas tarefas corriqueiras e banais. Assim, tornam-se memórias.
Mas todas as memórias acabam superadas pelo tempo, pelas novidades, pelas más experiências e traumas. Acabam tornando-se esquecimento.
E mesmo o esquecimento, que parece inevitável, inexorável, acaba, por conta de registros, fotografias, memórias de outrem. Ou da morte.

Mas, o que suplanta a morte?

A todos, um "feliz" dia da saudade.

Jailbird

Imagino quantas pessoas sabem o que é viver prisioneiras em seu próprio corpo. Seja por transcenderem qualquer barreira física, seja porque seu corpo é seu inimigo.
O meu caso é o segundo.
Já ouvi algumas vezes que há quem inveje/cobice meu cérebro; Que eu sou sortudo/iluminado por possuir inteligência e lógica.
De que serve isso tudo quando essas habilidades acabam por servir ao inimigo, e não a mim?
Porque, SIM, meu cérebro é meu maior inimigo!
É dele que tenho medo. É por ele que passo noites em claro, pensando sobre tudo o que ele tem feito contra mim.
Every damn fuckin' opportunity de me ferrar, da maneira que for, meu cérebro aproveita.
E eu estou sempre alerta. Preciso estar.
Suas armadilhas são ardilosas, e eu estou precavido.
Mas, quando liberam o comando para o meu cérebro, acima da minha consciência, as coisas dão errado. Muito errado.
Quando ele atentou contra todo o lado feliz da minha vida, me senti traído. Me senti sem chão, e sem o apoio com que deveria contar. Não soube o que pensar, não soube o que fazer, não soube chorar. E, também, como poderia? Meu inconsciente comandava, e eu não tinha o que fazer. Podia, entretanto, sentir.
E senti.

No fim, meu cérebro é como um amante latino: pode proporcionar as mais intensas maravilhas, mas está sempre à espera do momento em que toma o poder e me abandona.

O ouro no balde

Hoje estudei. Aprendi muito. Pensei.
Se tivéssemos algo como a Penseira, do universo potteriano, eu teria enchido um balde com pensamentos insanos, inúteis e/ou improdutivos.
Dentre tanta asneira, pensei algumas coisas que valem a pena deixar registrado, tanto para que outros possam ler e também pensar, quanto para que o futuro eu não esqueça.
E esses pensamentos foram como ouro. Me senti tão feliz! Há gente que cava quilômetros em minas para achar algum ouro; Tudo o que me foi necessário foi um balde.
Percebi que pessoas que mudam vidas (especialmente as que mudam pra melhor) aparecem nos lugares mais mal frequentados ou populosos, naqueles em que somos só mais um na multidão. No meio de tanta gente, nos conectamos a alguém, e esse alguém vem para que algo seja melhor. Grandes exemplos disso são gente que eu conheci na rua, de noite, enquanto muitos têm medo de mim, e eu tenho medo de muitos.
Também percebi que aquelas pessoas que diretamente me causaram muito mal acabaram por indiretamente me fazer muito bem, seja pelas consequências do mal que me fizeram, seja por excelentes companheiros de vida a quem fui apresentado.
Por fim, percebi que o paradoxo de que "tudo importa, mas nada é importante" é excepcionalmente real. Tantas são as "coincidências", tantos são os parâmetros e condições físicos, sociais, filosóficos, dentre outros, fundamentais para que estejamos existindo e vivendo o dia de hoje e, mesmo assim, cá estamos. Cada quark (e as subpartículas de suas subpartículas) conspiraram para que as coisas fossem como são agora, e, ainda assim, nada disso importa, porque o tempo vai passar e nada disso vai permanecer pela eternidade.
Inclusive, o tempo vai passar. Vai passar e deixar de existir. Mas isso já é outra história.

Quem são os loucos, afinal?

tantos são os loucos;
eu, tu, ele e ela,
e, mesmo assim, somos tão poucos!
olho, sozinho, pela janela,
e passo tamanho sufoco;
porque as coisas mais belas:
o sorriso, o pôr do sol, aquele prédio barroco;
ninguém mais vê, nem quer saber, das coisas singelas.