Postagens

Mostrando postagens de novembro, 2014

A compra mais cara

Desde muito cedo compramos ideias. Compramos sonhos. Compramos ideais.
Compramos nossos gostos, pagamos pra que nos digam o que é bom e o que não é.
Compramos o que nos diverte.
Compramos os nossos valores.
Compramos o nosso caráter.

A moeda de troca é uma só: liberdade.
Trocamos a liberdade de escolher o que quisermos para a nossa vida, para viver o que nos disseram que devemos, para viver o que nos disseram que é bom. Para viver o que nos disseram que queremos.
Deixamos de ser livres e de experimentar tudo, tudo o que realmente quisermos e pudermos, e deixamos de escolher o que nos agrada e faz bem.
Fazemos o que esperam de nós, porque trocamos nossa liberdade muito cedo, muito antes de termos sequer consciência de saber que o que nos dizem pode não ser o melhor para nós. Antes de termos o discernimento do que é nosso, e do que nos é implantado.

"Você devia fazer o que a sociedade espera de você", disse-me ela, tempos atrás.
Devia?
Por quê?
Acho que já faço o suficiente pela "sociedade", às vezes muito a contragosto. Mas, se exigir mais, sei que sou plenamente capaz de atender, ao mesmo tempo em que sei que não preciso atender, se não for a minha vontade.
Sei que o significado de crescimento diverge entre cada um, e sei que o meu significado não se parece com o da sociedade. "Ordem" é ser eu mesmo. "Progresso" é reconquistar a minha liberdade.

Sigo nessa busca e, cada vez mais, sou quem sou, e não quem aprendi a ser.
E seriam, essas, ideias que eu quereria te vender?

O mergulho

O que me mata não é a incerteza;
Não, a ela já estou acostumada.
Minha vida incerta toma rumos tortuosos,
às vezes tudo, às vezes nada,

Mas o que me fere, sim, em grandes feridas,
É a já esperada inconstância,
Pois tamanha é a minha ânsia
Que corro cego e me perco na estrada.

Sigo na emoção desgarrada,
Inerente ao imaturo,
Porque, da ponta da pedra, mergulho no vazio;

Seja, então, água profunda,
Me receba rápida mas suavemente,
E me envolva em seu abraço tão quente e tão frio.

Banal? Por que não?

Fiz hoje a prova do primeiro dia do ENEM 2014. Peguei o caderno rosa, e uma coisa muito me intrigou:
A frase que deveria ser transcrita era "espalhe que o amor não é banal".
Oras, mas, não é banal?
E porque não haveria de ser?
Banal é ruim?
Quem disse?
E por que espalhar?

Sei que pra muita gente não é nada banal amar. Há gente que não sabe, não descobriu como é. Mas o amor está lá, sempre rodeando.
Não sei como é pra vocês, mas, na minha concepção de mundo ideal, o amor é tão banal quanto respirar: deve ser vivido e sentido a cada momento, consciente ou inconscientemente, rasa ou profundamente, em diferentes graus de quantidade, intensidade, velocidade e qualidade.

(E pra quem negar com o argumento "ah, Lawisch, mas tu é suspeito pra falar, tu tá amando!", fica aqui o questionamento: quando eu não estou? Só está diferente em quantidade, intensidade, velocidade e qualidade!)

Enfim, não consigo uma estrutura coesa hoje, mas quero que fique a ideia: amem e permitam ser amados. Não esperem ser correspondidos, mas rejubilem-se quando forem. Apenas amem, sejam felizes e melhorem o mundo.