A fragmentação é, hoje, corrente. Achamos normal ter apenas pedaços de informação e, a partir daí, calcularmos a informação completa, tirarmos nossas conclusões sem, contudo, saber se temos a informação correta. A televisão, a internet e os outros meios midiáticos, por si só, já operam nesse sentido, economizando, assim, espaço e tempo, mas esbanjando possibilidades de desinterpretação.
Nesse contexto, desenvolvemos uma interessante capacidade de conviver com e tomar decisões e agir baseados em informações incertas. Tornamo-nos extra-adaptáveis, pois tudo é variável, uma vez que até o que é tomado como constante se altera. Isso é visto na ciência, por exemplo, sobre a qual agora temos a opinião de que não é definitiva; muta, se altera, comprova e descomprova suas bases e se renova, num ciclo infinito de novas informações, o que, muitas vezes, faz com que as obsoletas sejam descartadas. Entretanto, o que é obsoleto, vez por outra, é retomado, restruturado, repintado e reapresentado como correto, exibindo alguns fragmentos do original. Por essas características, desconstruímos a história; perdemos, em maioria, a noção prática de linha de tempo e contexto histórico. Perdemos, junto, a capacidade de relacionar os fatos e seus motivos, mas, como já é costume, os motivos não importam mais, pois se desconstroem com a mesma facilidade com que são construídos.
Enfim, toda experiência acumulada é válida, uma vez que serve tanto como base para interpretarmos e construirmos as informações a partir dos fragmentos apresentados, como para transformarmos toda essa experiência em novas informações, para que sirvam de motores desse ciclo (infinito?) de construção, fragmentação, síntese, desconstrução e reconstrução.
(Texto feito para a disciplina de Sociologia. Para melhor entendimento, ler TOMAZI, Nelson Dacio. SOCIOLOGIA PARA O ENSINO MÉDIO. p. 21. Editora Atual)