Refletindo sobre toda a minha história, e sabendo o quão estranho eu sou, cheguei a um apontamento:
A sociedade perdoa qualquer fuga aos padrões. Se não perdoasse a maioria deles, ninguém se encaixaria, ninguém seria dito "normal", e todos se sentiriam "infelizes" vendo ruir a sua tão precisosa sociedade...
A sociedade perdoa qualquer fuga aos padrões, com excessão de uma.
A sociedade perdoa qualquer fuga aos padrões, exceto ao padrão do amor.
Amor.
Ninguém sabe explicar, definir com certeza, mas todos entendem e definem por um padrão de consenso.
E é consenso também que todos os seres diferem-se, tanto nos padrões físicos, como na forma de pensar e agir. E na forma de sentir.
É consenso que as pessoas podem sentir pesares diferentes por alguém que morreu. Uns, mais frios, outros, mais acalorados...
É consenso que as pessoas podem sentir desejo por pessoas diferentes, e mesmo por pessoas do mesmo sexo.
É consenso que as pessoas podem sentir a amizade e sua aproximação de formas diferentes. Uns, mais próximos, outros, mais distantes, mas não menos amigos que os primeiros....
Porém, ninguém pode diferir na forma de amar.
Quem ama diferente dos padrões é constante e instantaneamente julgado, e o julgamento é sempre tendente a "pessoa ruim, de mau caráter, que não merece ser respeitada".
Quem ama diferente dos padrões não tem direitos, é discriminado, e normalmente afastado forçadamente da sociedade.
Eu amo diferente.
Só voltei a fazer parte da sociedade porque não tenho aberto meu coração, deixado arejar, espalhado meu amor por aí.
E, mesmo nas nesgas, nas centelhas que eu exponho, do meu enorme amor pela Fran, e até do meu amor pelo mundo, sou julgado.
Cansei de me esconder, cansei de buscar aprovação de uma sociedade que só quer me desindividualizar, e cansei de me negar felicidade.
Apresentei minha defesa; agora, me ocupo em ser feliz.