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Mostrando postagens de 2014

Carol

Ora, vejam só como é a vida!
Como é belo o aleatório!

Encontrei uma pastora
(Ela quem me encontrou)
Que gosta do campo tanto quanto eu
(Quem no campo já morou)
Que, me contrariando, não é tímida
(E que não se intimidou)
Que chegou mais perto
(E de mim se aproximou)
E que, até, de brincadeira (?),
Comigo noivou.
Sem sair do lugar,
Sem eu saber o que falar,
Sem que eu pudesse acreditar,
Me fez rir, me fez viajar,

E, como sempre, me resta a pergunta:
E agora, o que será?



(Texto que achei perdido no meu computador, escrito há uns meses, e que já não precisa ser escondido como precisava à época. O inferno, sempre os outros.)

A compra mais cara

Desde muito cedo compramos ideias. Compramos sonhos. Compramos ideais.
Compramos nossos gostos, pagamos pra que nos digam o que é bom e o que não é.
Compramos o que nos diverte.
Compramos os nossos valores.
Compramos o nosso caráter.

A moeda de troca é uma só: liberdade.
Trocamos a liberdade de escolher o que quisermos para a nossa vida, para viver o que nos disseram que devemos, para viver o que nos disseram que é bom. Para viver o que nos disseram que queremos.
Deixamos de ser livres e de experimentar tudo, tudo o que realmente quisermos e pudermos, e deixamos de escolher o que nos agrada e faz bem.
Fazemos o que esperam de nós, porque trocamos nossa liberdade muito cedo, muito antes de termos sequer consciência de saber que o que nos dizem pode não ser o melhor para nós. Antes de termos o discernimento do que é nosso, e do que nos é implantado.

"Você devia fazer o que a sociedade espera de você", disse-me ela, tempos atrás.
Devia?
Por quê?
Acho que já faço o suficiente pela "sociedade", às vezes muito a contragosto. Mas, se exigir mais, sei que sou plenamente capaz de atender, ao mesmo tempo em que sei que não preciso atender, se não for a minha vontade.
Sei que o significado de crescimento diverge entre cada um, e sei que o meu significado não se parece com o da sociedade. "Ordem" é ser eu mesmo. "Progresso" é reconquistar a minha liberdade.

Sigo nessa busca e, cada vez mais, sou quem sou, e não quem aprendi a ser.
E seriam, essas, ideias que eu quereria te vender?

O mergulho

O que me mata não é a incerteza;
Não, a ela já estou acostumada.
Minha vida incerta toma rumos tortuosos,
às vezes tudo, às vezes nada,

Mas o que me fere, sim, em grandes feridas,
É a já esperada inconstância,
Pois tamanha é a minha ânsia
Que corro cego e me perco na estrada.

Sigo na emoção desgarrada,
Inerente ao imaturo,
Porque, da ponta da pedra, mergulho no vazio;

Seja, então, água profunda,
Me receba rápida mas suavemente,
E me envolva em seu abraço tão quente e tão frio.

Banal? Por que não?

Fiz hoje a prova do primeiro dia do ENEM 2014. Peguei o caderno rosa, e uma coisa muito me intrigou:
A frase que deveria ser transcrita era "espalhe que o amor não é banal".
Oras, mas, não é banal?
E porque não haveria de ser?
Banal é ruim?
Quem disse?
E por que espalhar?

Sei que pra muita gente não é nada banal amar. Há gente que não sabe, não descobriu como é. Mas o amor está lá, sempre rodeando.
Não sei como é pra vocês, mas, na minha concepção de mundo ideal, o amor é tão banal quanto respirar: deve ser vivido e sentido a cada momento, consciente ou inconscientemente, rasa ou profundamente, em diferentes graus de quantidade, intensidade, velocidade e qualidade.

(E pra quem negar com o argumento "ah, Lawisch, mas tu é suspeito pra falar, tu tá amando!", fica aqui o questionamento: quando eu não estou? Só está diferente em quantidade, intensidade, velocidade e qualidade!)

Enfim, não consigo uma estrutura coesa hoje, mas quero que fique a ideia: amem e permitam ser amados. Não esperem ser correspondidos, mas rejubilem-se quando forem. Apenas amem, sejam felizes e melhorem o mundo.

Pois que se curve o espaço!

Há um tempinho, conheci uma garota.
Já havia ouvido falar; todos comentavam sua beleza, sua elegância.
Ninguém, entretanto, falava com a propriedade de quem a conhece.

Me apresentei.
Não é costumeiro, mas me apresentei.
Timidamente, embora parecesse o mais confiante ser que respirava naquele momento.
E foi assim, tímidamente, que conversamos.
E foi homeopaticamente que seguimos nos conhecendo.
A cada dia, a cada conversa, um novo mistério, uma nova surpresa que se revela.
Sempre bom, sempre fascinante.

Os dias desde que a conheci nunca têm sido tediosos.
Posso rasgá-la de elogios, e tudo o que ela vai fazer é rir, da situação, da minha cara, e emendar um outro assunto.
Posso xingá-la, e ela vai rir igualmente.
Posso perguntar o que for, já sabendo que a resposta vai ser misteriosa.
Ela nunca se revela por inteiro.
Esse é, na verdade, apenas um de seus vários encantos.
E ela é tão encantadora!

Gostaria que mais gente a visse dessa forma, eu acho.
Sempre há aquele ciúme bobo, aquele "eu a descobri, saiam de perto, meros mortais".
Mesmo assim, gosto quando mais alguém percebe suas qualidades fluírem nas mais variadas formas.

Enfim, estou tão próximo, trouxe ela pro meu mundo;
E ela é um universo.

Será que cabe?

Um aniversário

Hoje é aniversário da mulher da minha vida.
Da mulher que sabe dar valor e significado ao que é ser mulher.
Da mulher que me inspira.
Da minha guerreira.
Daquela que me faz seguir em frente.
Daquela que me dá a mão e me levanta sempre que eu caio.
Daquela que avisa, e depois não deixa de lembrar: "eu avisei".
Daquela que compartilha comigo toda a felicidade.
Daquela que divide comigo os pesados fardos provenientes do simples fato de estarmos vivos.
Daquela em cujo lar eu chego, tarde da noite, e sou recebido com um sorriso e um convite para um café.

Hoje é aniversário da minha mãe.

Obrigado por me ter trazido a esse mundo, por ter me carregado dentro de ti, e nos teus braços, como por vezes ainda carrega.
Espero que se reflitam em ti as lágrimas de alegria que rolam agora nas maçãs do meu rosto.
Esse é só mais um, de muitos anos de uma vida completa em todos os fatores.
Plenitude, minha mãe.

Eu te amo!


Dos vampiros dolorosos

Sobre o vídeo de decapitação a facadas que fizeram questão de que eu visse, hoje: qual a necessidade?
Não foi a violência e brutalidade que me chocaram, tampouco a naturalidade com que os executores o fizeram, mas duas coisas muito me incomodaram: 1) por que, depois de tantos anos de evolução, de socialização, de pacificação, ainda há áreas em que o comum é a vida na ponta da faca, na brutalidade extrema, fazendo da violência o quotidiano? e 2) por que, diabos, é grande a parcela da população que não vive a violência, mas que dedica seu tempo a procura-la, seja virtualmente, em jogos e filmes, seja buscando imagens de acidentes e brutalidades, seja dando aquela reduzida na velocidade do carro para tentar ver a causa de um engarrafamento.
(Não, moralista aqui não tem vez, só lamento)
As pessoas vivem viciadas nessa vibe de tristeza, de violência, de desgraça. É ocorrer a tragédia, já se aglomera a multidão querendo "se alimentar" de toda a dor que puder observar.

Será tão difícil se desviciar dessa coisa ruim, toda? Lembro que não foi, há anos, para mim. Mas cada um tem seus vícios e virtudes.
Só espero mais amor, por favor.

Da confiança

À medida que os tempos passam e os ciclos se encerram, percebo os erros que cometi.
Percebo, principalmente, as confianças que depositei nas pessoas erradas.

Mas, o que fazer quando sei que estou, no presente momento, depositando toda minha confiança em uma pessoa que não é digna dela? Em alguém que distorce verdades e acrescenta pitadas cruéis e inverídicas simplesmente para causar a discórdia? Em alguém que tem a cara de pau de me dizer que é amigo, mas, na primeira oportunidade, trai ao inventar traições e inverdades?

Começo a me perguntar até que ponto sou facilmente manipulável, e até que ponto sou preguiçoso e desleixado de não validar informações.
E o mesmo pras outras pessoas: o quão ingênuas e descríticas são, a ponto de não perceber as inverdades que lhes são apresentadas.

Sei lá, apenas um desabafo amargo.

Textos que não foram, mas poderiam ter sido

Os próximos dois textos escrevi escondido. São realidades alternativas a duas situações pesadas que me ocorreram tempos atrás. Não tem porque mantê-los guardados, sem serem lidos.


Quero sumir, quero fugir, correr
Estou fechado para balanço, não dá para entender?
Você sempre retorna, tentando cobrar
O tempo que eu não tenho, o tempo que não posso dar,
E aquela ajuda que eu sempre te dei
Que, now, it's over, find your own way

Me deixe só, se for para ser assim.
Se assim for, fique longe de mim.
Não aceito mais a jaula, a prisão
A coleira tão apertada, te mordo a mão!
Uma mão que já não mais me alimenta
E que quando me afaga, só gera tormenta
Não quero mais nada disso tudo, de nós
E se negar, juro e corro após
Porque sei que se eu partir, nunca me alcançarás
Nem ao menos me encontrarás
Porque eu muito longe estarei
Naquele lugar que, você sabe, eu sempre sonhei
E que nunca tive a coragem de ir
Mas que, se eu for, sei que sempre poderei sorrir.
Que esse seja nosso último adeus.






Doente

Ela era doente.
Ela era doente, e ninguém sabia.
Escondeu tão bem que nem ela mesma chegou a descobrir, até que já não havia mais o que fazer.
E então, num lindo dia de sol e névoa, num dia com atmosfera misteriosa, descobriu. Sentiu as forças esvaindo-se, de súbito. Caiu, ante sua fraqueza. Quase pereceu.
Uma vez acordada, atada a uma cama de hospital, bipes, cliques, químicos, luzes brancas, roupas brancas, almas brancas de expressão vazia como o branco, soube que era alguém.
Percebeu, no vazio de cada um que ali estava, o quão cheia era, o quão plena e completa sempre foi.
E, mesmo em sua condição, sentiu pena de todos eles, que desperdiçam continuamente suas vidas em não viver. Lhes falta a vivacidade e o ânimo, lhes falta tudo, apesar de pensarem que não lhes falta nada.
Assim, sorriu triste.
Soube que, apesar de todo o mal que lhe afligia, estava feliz. Soube que, apesar de sua aparência tranquila, cada um dos que ali estava nada sabia de si. E isso lhe libertou.
Foi, adormecida com o melancólico sorriso de um doente livre.
Que vá em paz, plena e bela alma.

Das mudanças

Tão mágicas, elas
Elas, que me fazem crescer
Elas, que me evoluem, me fazem trazer meu melhor em cada aspecto.

Elas, que me alegram
Elas, que me trazem aquele dinamismo
Elas, que enchem meus olhos e a cabeça de sonhos
Elas, sempre elas

Elas, que me fazem criar
Elas, que me fazem desenvolver, trazer ao mundo o que puder de bom
Elas, que me fazem escrever versos sem nexo, desconexos, atirados nesse papel velho e amassado, só para mudá-lo, trazê-lo seu merecido valor.

Elas.
Sempre elas.

That woman I know

Once I met a woman. She was so strong, so beautiful. I was in love, indeed. Her look, her warmth, her smell. The way she waited for me. And I waited for her, for so long! It is so that I fell in love with her before I even knew her.
We lived together. A long time, also. She made me know things. Experiment. We had our ups and downs. In our particular lives. Between us. And, even so, we never got caught in the temptation of just stop trying. We're tied from the very first beggining.
We may not be doing so well lately, but I still miss her. I still love her.
Mom, please, don't give up on me!

With love,
your son

A cópia de uma possível cópia

Creio que seja o primeiro texto copiado aqui do blog. Não que eu não vá mais produzir conteúdo, ou que essa será uma prática recorrente. Apenas achei um texto extremamente válido.
Peguei em uma publicação cuja existência foi breve, pois a autora (da publicação e, possivelmente, do texto) só disponibilizou-a por alguns minutos. Tive a sorte de estar ali, no momento certo, para ler palavras certas. Espero que ela não se zangue por eu tê-las reproduzido. Obrigado, dona Jhô ;)

"Sou dessas.
De poesias manchadas no guardanapo que interrompem bate-papo de bar. De foto três por quatro morando na carteira. De choro. De olho no olho. De amor à primeira vista. De gostar de abraços largos. De não dá-los. De vontades que explodem e preenchem o caminho de volta para casa, me fazendo perder o rumo. De madrugadas. De planos abertos pelo retrovisor do carro. De baixar a cabeça e fugir para o balcão. Duas cervejas e um copo. De dedos costurados dentro de uma sala de cinema escura. De nuca. De nunca mais vou beber. De flerte no meio de trombadas. De meias palavras. De tudo escrito. De tudo acabado desta vez. De voltar atrás. De olhar de longe. De fingir que não viu. De mentir que não fuça. De declarações duras. De tapas leves. Que dizem verdades. De acreditar em vou aparecer mais. De acreditar mais. De não rasgar fotos. De escrever pessoas em uma bexiga de gás e olhar para o céu enquanto elas se apagam de mim. De cair na mesma história. De novo. Do mesmo jeito. De não prevenir nenhum desgosto. De passar a borracha em um número de telefone. De esquecer que passou. De contar que passou. E esquecer também que contou. De ligações no dia seguinte. De ligações perdidas. De propósito. De alôs mais gagos que convites. Ao vivo. De desligar o telefone e deixar o silêncio dialogar. E de atacar as reticências às páginas brancas. De me conhecer só assim, já que sou dessas que gostam de."


P.S.: Descobri que o texto vem do blog Entre Todas as Coisas, o qual, por vezes, recomendo. Mesmo assim, continuo agradecido à Jhosy por me proporcionar sábia leitura!

Dois toques de corneta

"E eu sei que você sabe, quase sem querer, que eu quero o mesmo que você". Essa frase me pegou desprevenido. Quase que um soco no estômago; uma tontura. Isso porque, ontem à noite, descobri que não sei o que quero. E digo isso não de uma maneira ruim; digo porque sei como quero, mas não sei o que fazer para os devidos fins! Sei que quero o bem e o que é bom. Não quero causar danos; esse sou eu! E, nesse meio, me perco. Me perco, principalmente, em pensamentos. Meu maior perigo.

O Cointreau que agora tomo tem sabor de nostalgia. Seco, da garrafa empoeirada, esquecida no fundo do armário por um pai que não sente nele o mesmo que eu. Talvez porque, para eles, seja apenas uma bebida velha. Para mim, é algo mágico, feito e guardado cuidadosamente por tantos anos. Seu rótulo amarelado, manchado, seco e descascado, exerce sob meus olhos fascínio indescritível. E seu sabor; Ah!, seu sabor... Sabor de saudade, sim! Seco, doloroso. O líquido muito provavelmente é Cointreau há mais tempo do que eu sou Rafael. Seu sabor de memórias antigas, de recordações guardadas, de fotos cuidadosamente arranjadas em uma velha caixa de sapatos que é mantida sobre um velho armário num também velho quarto. São tantos devaneios!

Quero aquele abraço apertado e comprido outra vez. O aconchego do ombro. Mãos geladas, quem sabe?, às vezes vêm a calhar. A solidão de meu quarto, vazio, mesmo com dois viventes em seu interior, me inebria mais que qualquer droga. Mas não mais do que me inebriaria um abraço.
Aquele abraço.

Dos finais

Tudo tem seu fim.
As aventuras, as alegrias, os bons momentos... tudo acaba superado pelo tempo (ou sua falta), pela rotina, pelas tarefas corriqueiras e banais. Assim, tornam-se memórias.
Mas todas as memórias acabam superadas pelo tempo, pelas novidades, pelas más experiências e traumas. Acabam tornando-se esquecimento.
E mesmo o esquecimento, que parece inevitável, inexorável, acaba, por conta de registros, fotografias, memórias de outrem. Ou da morte.

Mas, o que suplanta a morte?

A todos, um "feliz" dia da saudade.

Jailbird

Imagino quantas pessoas sabem o que é viver prisioneiras em seu próprio corpo. Seja por transcenderem qualquer barreira física, seja porque seu corpo é seu inimigo.
O meu caso é o segundo.
Já ouvi algumas vezes que há quem inveje/cobice meu cérebro; Que eu sou sortudo/iluminado por possuir inteligência e lógica.
De que serve isso tudo quando essas habilidades acabam por servir ao inimigo, e não a mim?
Porque, SIM, meu cérebro é meu maior inimigo!
É dele que tenho medo. É por ele que passo noites em claro, pensando sobre tudo o que ele tem feito contra mim.
Every damn fuckin' opportunity de me ferrar, da maneira que for, meu cérebro aproveita.
E eu estou sempre alerta. Preciso estar.
Suas armadilhas são ardilosas, e eu estou precavido.
Mas, quando liberam o comando para o meu cérebro, acima da minha consciência, as coisas dão errado. Muito errado.
Quando ele atentou contra todo o lado feliz da minha vida, me senti traído. Me senti sem chão, e sem o apoio com que deveria contar. Não soube o que pensar, não soube o que fazer, não soube chorar. E, também, como poderia? Meu inconsciente comandava, e eu não tinha o que fazer. Podia, entretanto, sentir.
E senti.

No fim, meu cérebro é como um amante latino: pode proporcionar as mais intensas maravilhas, mas está sempre à espera do momento em que toma o poder e me abandona.

O ouro no balde

Hoje estudei. Aprendi muito. Pensei.
Se tivéssemos algo como a Penseira, do universo potteriano, eu teria enchido um balde com pensamentos insanos, inúteis e/ou improdutivos.
Dentre tanta asneira, pensei algumas coisas que valem a pena deixar registrado, tanto para que outros possam ler e também pensar, quanto para que o futuro eu não esqueça.
E esses pensamentos foram como ouro. Me senti tão feliz! Há gente que cava quilômetros em minas para achar algum ouro; Tudo o que me foi necessário foi um balde.
Percebi que pessoas que mudam vidas (especialmente as que mudam pra melhor) aparecem nos lugares mais mal frequentados ou populosos, naqueles em que somos só mais um na multidão. No meio de tanta gente, nos conectamos a alguém, e esse alguém vem para que algo seja melhor. Grandes exemplos disso são gente que eu conheci na rua, de noite, enquanto muitos têm medo de mim, e eu tenho medo de muitos.
Também percebi que aquelas pessoas que diretamente me causaram muito mal acabaram por indiretamente me fazer muito bem, seja pelas consequências do mal que me fizeram, seja por excelentes companheiros de vida a quem fui apresentado.
Por fim, percebi que o paradoxo de que "tudo importa, mas nada é importante" é excepcionalmente real. Tantas são as "coincidências", tantos são os parâmetros e condições físicos, sociais, filosóficos, dentre outros, fundamentais para que estejamos existindo e vivendo o dia de hoje e, mesmo assim, cá estamos. Cada quark (e as subpartículas de suas subpartículas) conspiraram para que as coisas fossem como são agora, e, ainda assim, nada disso importa, porque o tempo vai passar e nada disso vai permanecer pela eternidade.
Inclusive, o tempo vai passar. Vai passar e deixar de existir. Mas isso já é outra história.

Quem são os loucos, afinal?

tantos são os loucos;
eu, tu, ele e ela,
e, mesmo assim, somos tão poucos!
olho, sozinho, pela janela,
e passo tamanho sufoco;
porque as coisas mais belas:
o sorriso, o pôr do sol, aquele prédio barroco;
ninguém mais vê, nem quer saber, das coisas singelas.