Parágrafos de uma segunda-feira chuvosa

"Criador, por que crias a dor?", pergunta o guru dos tolos. E, logo em seguida, maldize-o, pois tem como resposta apenas o vácuo.
Mal sabe que a resposta está justo na sua ausência. Tal qual o calor, só sabemos que não há dor após termos sentido-a. E, só assim, experientes, valorizamos a sua ausência. É como uma recompensa: não trazer dor normalmente é um bom indicador em qualquer ação que tomemos, e, tão logo disso sabemos, só então avaliamos o quão bem tal ato fez.
Exatamente, meus caros: a dor foi feita para não ser sentida. E, não sentindo, sermos felizes.




Pois sois um universo, e, um universo sendo, sede expansível. Descontente-se com os limites, inclusive os por vós impostos, e lembre-se de conter em si o brilho de todas as estrelas, a ardência de cada uma delas, sem deixar de irradiar sua energia. Contenha histórias, faça com que um átimo de tempo, por mais infinitesimalmente pequeno, seja um período cuja vivência seja válida, e que válido também seja seu registro. Viva, pois sois um universo, e de que serviria um universo, senão à vida?



Estive relendo o último texto, e queria deixar registrado que, apesar de ainda não saber exatamente quem sou, creio que esteja muito mais próximo de descobrir, e que isso, por si só, não me fez feliz. Entretanto, serviu como ferramenta, como um guia, para que eu saiba direcionar minhas ações e, aí sim, ser genuinamente feliz.

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