Gessingeando

Eu não fumo. Pedi um cigarro. Fui atendido. Me arrependi amargamente.
Eu, que não amo você. Ao menos não a atual você. Você se perdeu, eu diria. Mas, eu, que não amo você, envelheci dez anos ou mais nesse último mês. Cresci, mas também envelheci.
Eu, que não bebia tanto, agora me alcoolizo para, entorpecido, ter momentos de alívio. Peço um conhaque, pra espantar o frio, que já entrava pela janela que você havia deixado aberta, e que, agora, entra em rajadas pela porta em que você passou ao sair. Mas um conhaque não é suficiente. Peço outro. E procuro calor em outros corpos. Não o seu, mas você também já não me dava mais calor. Estava tudo tão frio, mesmo antes de você ir.
Agora o frio existe. Mas também existe o calor de quem se importa. Quem sabe, paixonites. Amizades. Álcool. Família. Tudo esquenta.
Não quero sua hostilidade. Quero tampouco sua indiferença. Mas, entre as duas, escolho a primeira. Continua assim. Vai, caminha por ti mesma, e em alguma esquina mais à frente, quem sabe, nos encontramos. Até lá, alegria, cuidado e desafios.

Farewell

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