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Mostrando postagens de maio, 2013

Gessingeando

Eu não fumo. Pedi um cigarro. Fui atendido. Me arrependi amargamente.
Eu, que não amo você. Ao menos não a atual você. Você se perdeu, eu diria. Mas, eu, que não amo você, envelheci dez anos ou mais nesse último mês. Cresci, mas também envelheci.
Eu, que não bebia tanto, agora me alcoolizo para, entorpecido, ter momentos de alívio. Peço um conhaque, pra espantar o frio, que já entrava pela janela que você havia deixado aberta, e que, agora, entra em rajadas pela porta em que você passou ao sair. Mas um conhaque não é suficiente. Peço outro. E procuro calor em outros corpos. Não o seu, mas você também já não me dava mais calor. Estava tudo tão frio, mesmo antes de você ir.
Agora o frio existe. Mas também existe o calor de quem se importa. Quem sabe, paixonites. Amizades. Álcool. Família. Tudo esquenta.
Não quero sua hostilidade. Quero tampouco sua indiferença. Mas, entre as duas, escolho a primeira. Continua assim. Vai, caminha por ti mesma, e em alguma esquina mais à frente, quem sabe, nos encontramos. Até lá, alegria, cuidado e desafios.

Farewell

Do cansaço emocional

Estou numa montanha russa. Subo e desço vertiginosamente em intervalos pequenos demais. Isso é estressante demais pra alguém que já estava cansado de ser forte.
Me cansa ver que não há muito o que fazer: somos apenas formiguinhas vivas ou engrenagens mortas. As poucas formiguinhas eventualmente acabam prensadas entre duas engrenagens, e lá se foi um pouco de vida do mundo. É tudo tão superficial, tão alienado, que me revolta. Revolta, sim, e não adianta dizer que eu sou mais um punk. Não sou, e tô muito longe disso. Sou factual e realista, e, ah!, isso eu sou, pra caralho!
Pensei sobre as formiguinhas no ônibus (sim, Laís, todos temos nossas histórias do grande carro!), enquanto conversava com uma amiga. Conheço-a desde seu ingresso na Liberato, e era uma das pessoas mais vivas, mais dinâmicas, cheia de ideias e maneiras de fazer com que tudo fosse melhor. Não se entregava ao comodismo, muito menos à preguiça. Hoje, tá lá, achatada pelas pancadas e desilusões da vida. Gradualmente se tornando mais uma engrenagem nesse sistema-sem-fim.
Claro que tenho muitas coisas excelentes na minha vida! A escola e o mundo inteiro que ela representa. Minha história. Minha família, toda. A Vick, a Carol, as Marias, a Ana, a Duda, os Diogos, o Tomate, o Stumpf, o Corrêa, o Renato, só pra lembrar alguns. Os meus tão amados livros, que, por questões de tempo, me deixam tanta saudade... Mas há a maldita contrapartida. Pressão, saudade, falta, vício, cobrança. Tudo o que tanto me sufoca agora (e eu não acho que meu atual problema na garganta não seja causado por um dos problemas citados). E, pra melhorar, houve hoje um cara que escolheu a hora errada pra "queimar" o cara errado, e sem motivo. Não que eu vá tomar medidas drásticas, mas, porra, é foda não me afetar.
Enfim, nem eu sei, mais. Escrevi um texto desconexo, mas com alguns pontos que eu precisava ressaltar. Se leu até aqui, obrigado, de fé!

Só esperem o inesperado!

De mim, pelo menos, é o que se pode esperar.
Não sei mais tudo o que quero, nem tampouco tudo o que não quero. Também não sei se gosto de estar no meio-termo. Tenho, agora, somente um plano. E sem plano B. Se não der, vai no improviso.
Estou embasbacado com a capacidade que demonstrei de deixar, a maior parte do tempo, de lado o que me faz mal; ódio, angústia, dúvida, dor, raiva; nada disso faz parte de mim, agora. Minhas melhores companhias são a gratidão, a amizade, a honestidade e o amor livre.
Como dizia aquela música, "vou espalhar meu amor por aí!". E engana-se quem pensa no Eros. Tô é esbanjando alegria pra todos os que não estão felizes.
Porque de triste já basta eu.

Sobre o amor maduro

Choro. Assistindo ao belísismo trabalho "Hysterical Literature", de Clayton Cubitt, sinto saudade de ser o causador dessas caras e bocas. Sinto saudade de satisfazê-la. E, assim, choro.
Percebo que as participantes do projeto são, todas, mulheres. São pessoas mentalmente adultas, que se divertem sem culpa enquanto realizam o trabalho. É belo, e ninguém criminaliza o prazer sentido. Inevitável comparar com a realidade, em que sinto saudade de satisfazer uma adolescente que ainda possui muito a crescer.
Essa necessidade de crescimento é monstruosamente perceptível ao perceber o quão tabu é a questão do desejo, e mesmo do sexo em si. Ao invés de ser belo, de ser entrega, de ser gostoso, é visto como algo sujo. E, por isso, não acontece; Há tempos, não do jeito leve, prazeroso, mútuo.
Então, me pego desejando que estivéssemos, os dois, crescidos. Verdadeiramente adultos, não procuraríamos desculpinhas para não sermos felizes. Adulto é quem inverte esse pensamento, valorizar os motivos pra ser feliz, ao invés de enaltecer os problemas do caminho. Estes, sempre existirão, mas, uma vez adultos, estaríamos juntos a enfrentá-los, de cabeça erguida.
Mas, às vezes, também quero que sejamos adolescentes para sempre. Que tenhamos essa ilusão de que, não importa o quanto errássemos, sempre teríamos o tempo para refazer o que não deu certo. Mas a juventude é traiçoeira em suas ilusões de inconsequência, e, às vezes, ficam as sequelas na fase adulta.
Mas, se o amor é a entrega, a união e a felicidade mútua e recíproca, posso certamente afirmar que o amor é maturidade. Ama quem é maduro, e pratica o amor aquele que sabe que as dificuldades vão existir independentemente de se estar amando, em casal, ou não e, por isso, resolve enfrentá-las por algo bom e com ajuda, ao invés de encarar sozinho e sem um bom objetivo cada um dos problemas que a vida nos traz.
Portanto, só peço que cresçamos e aprendamos a deixar de lado o que não importa tanto quanto a nossa felicidade. Vamos ser felizes juntos! Vamos esquecer esses problemas que, como escudos, não nos permitem o contato! Simplesmente vamos, e as dificuldades a gente enfrenta, sejam o que forem (tal como prometi no início, há três anos).
Com amor.