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Ao Jeison, e demais partidários do último GreNal do Estádio Olímpico Monumental

Li via facebook o desabafo desse amigo (http://www.facebook.com/jeison.konrath/posts/579380698742270) e, desde o meio-tempo, tenho vontade de me expressar quanto ao jogo.
Mas, - espera - jogo?
Dá pra chamar o ocorrido dessa maneira? Um misto de espancamentos, intimações, até casos de polícia?
Sim, houve jogo, em alguns momentos. E um jogo pegado, lá e cá. E então começaram as frescuras. Os quebra-quebras. E aí a predominância não foi de jogo, mas de violência.
Como colorado que sou, gostei do fato de meu time ter segurado avidamente o jogo em zero a zero com dois jogadores a menos. Entretanto, esses dois jogadores nem ao menos deveriam ter causado motivos para serem expulsos! Há meios que tornam qualquer fim injustificável, e hoje tivemos grandes exemplos disso!
Fico emputecido com as cornetas coloradas e a raiva gremista após tal resultado. Deveríamos, todos, estar de luto. Luto por um futebol que deixa de ser jogo pra se tornar guerra. Por um futebol que deixa de ser arte para se tornar sangue. Inquietante, no mínimo.
Por fim, deixo minha última opinião, essa não aberta a discussões: mesmo não gostando da arbitragem de Heber Roberto Lopes (em geral, não nesse "jogo" em particular), concordo totalmente com o encerramento precoce da partida. Ele é pago para apitar um jogo. Os jogadores são pagos para jogarem um jogo. Se eles não quiserem jogar, não é obrigação do árbitro perder tempo, paciência e ainda correr riscos físicos. Esse GreNal foi um desperdício.

Morte aos batráquios!

Estava eu, bem belo, colocando meus tênis, quando sinto que estava anormalmente apertado. Estranhando, olho e verifico algo de cores estranhas sobre o fundo preto do meu All Star. Algo marrom esverdeado, de aspecto estranho.
Rapidamente, com a adrenalina correndo a mil pela circulação, retiro o tênis. Eis que um sapo pula de dentro dele. Um grande e asqueroso batráquio.
Vocês podem imaginar minha reação, mas nem de longe sua imaginação poderá conceber a imagem da cena. Seria cômico, se não fosse trágico.
Gritei de susto, e, assim que meu cérebro processou a situação, entrei em choque, dado meu medo exacerbado e irracional de rãs e afins. Levei minutos para me recompor. A Fran, que não assistia a cena e ouviu meus gritos e maldições, correu para meu socorro. Incrédula em primeiro momento, viu o sapo e passou à minha reação: um misto de medo e nojo extremo. Depois, riu. Riu só até eu contar como foi agradável ter um dendrobata ocupando o espaço que deveria ser do peito do meu pé.
É em horas como essa que eu sei que meu coração é saudável.

E eu ainda sinto como se houvesse algo estranho entre meu pé e o topo do tênis. Não hei de deixar meus tênis na garagem da Fran outra vez.

Insuficiente

É, isso mesmo. Não passo disso. Não tenho, eu, a capacidade de fazer alguém feliz apesar dos pesares. Percebo isso nas suas ações. Os abraços não são mais calorosos e desejosos. Os beijos tornaram-se frios e impessoais. Percebo isso no seu humor. Sempre estressada, impaciente, carrancuda. E, por mais que eu tente, não reverto a situação.
E não vejo saída.
Estou me tornando a minha mãe. Estou perdendo a fé nas pessoas. Perdendo a fé nas coisas. Perdendo a fé no universo. Perdendo a fé em mim mesmo.
Sinto que mudanças drásticas hão de ocorrer, e muito em breve. E, para o meu desespero, não vejo nada nesse futuro que me alegre. Vejo a escuridão, e só. Espero que isso seja apenas cegueira.

Não espero que entendam; é um desabafo dirigido e, além disso, meio sem-pé-nem-cabeça.

E, sim, eu só atualizo essa bodega nos momentos de tristeza.

Comunicado de falecimento 2 + Do respeito que as religiões têm para com os outros

É, mais um amigo que se vai. Willian era um guri bom, um cara legal que, mesmo que tímido, dava jeito de alegrar a gurizada, sempre.
Agora não tá mais aí, vítima de uma leucemia que levou à pneumonia. O velório foi pesado, muito mais do que eu poderia imaginar que fosse. Eu tô um caco, preciso descansar direito. Daí o texto a seguir:


É impressionante como se vê os religiosos clamando a quem quiser ouvir que eles são constantemente "atacados" por ateus, que, incrédulos, "não respeitam as religiões". Sim, parte deles não respeita, mesmo, mas... respeito é uma via de mão dupla, então eu pergunto: onde está o respeito dos religiosos para com os ateus, ou mesmo para com quem não é um praticante fervoroso? Porque ouvir "tu vai queimar no fogo do inferno" não é lá uma coisa muito respeitosa...
Pior que isso: hoje é dia de finados. Dia em que não havia desenhos na TV aberta (grande incômodo da minha infância). Dia de vigília, de oração. Dia de silêncio. Mas, espera aí; Se hoje é dia de silêncio, por que raios eu fui acordado às 8:30 da manhã com um som estrondoso (por estrondoso, leia-se "passou a quatro quadras, morro abaixo, da janela, e eu já ia ligar pra portaria pra pedir pro vizinho de baixo reduzir o volume") com uma música cujas únicas palavras inteligíveis foram "Jesus Cristo nos incita, seja missionário"?
Entendo que a passagem da cruz da Jornada Mundial da Juventude por aqui é histórico, e deve, sim, ser bom estar junto dela, objeto que já percorreu tantos lugares e intermediou pedidos e agradecimentos tão fervorosos. Mas isso não justifica a falta de respeito para com os meus ouvidos e de outrem, bem como àqueles que fazem silêncio no dia dos mortos em respeito aos entes que se foram.
Quero, sim, poder dormir, porque só eu sei quanto da minha energia ficou lá no velório, em forma de conforto a quem precisa e de esforço pra, de muletas, estar por lá. Mas, agora que fiquei um tempo acordado com tamanho ruído, dificilmente voltarei a descansar.

Almox Boy, descansa tu, em paz, então, meu querido!

E, a todos, um feliz dia do Saci!

Comunicado de falecimento

Um grande amigo meu, desde a infância, faleceu essa manhã. Tô puto, inconformado, mas não posso fazer muito. Meu texto se encontra nos comentários da notícia:

http://wp.clicrbs.com.br/ultimasnoticias/2012/10/21/estudante-universitario-morre-em-acidente-em-porto-alegre/?topo=52,1,1,,171,e171

Mais adiante eu discorro mais, tanto sobre esse ano cabreiro quanto sobre a estupidez crescente dessa população mal-informada.

Da fragmentação de informações

A fragmentação é, hoje, corrente. Achamos normal ter apenas pedaços de informação e, a partir daí, calcularmos a informação completa, tirarmos nossas conclusões sem, contudo, saber se temos a informação correta. A televisão, a internet e os outros meios midiáticos, por si só, já operam nesse sentido, economizando, assim, espaço e tempo, mas esbanjando possibilidades de desinterpretação.
Nesse contexto, desenvolvemos uma interessante capacidade de conviver com e tomar decisões e agir baseados em informações incertas. Tornamo-nos extra-adaptáveis, pois tudo é variável, uma vez que até o que é tomado como constante se altera. Isso é visto na ciência, por exemplo, sobre a qual agora temos a opinião de que não é definitiva; muta, se altera, comprova e descomprova suas bases e se renova, num ciclo infinito de novas informações, o que, muitas vezes, faz com que as obsoletas sejam descartadas. Entretanto, o que é obsoleto, vez por outra, é retomado, restruturado, repintado e reapresentado como correto, exibindo alguns fragmentos do original. Por essas características, desconstruímos a história; perdemos, em maioria, a noção prática de linha de tempo e contexto histórico. Perdemos, junto, a capacidade de relacionar os fatos e seus motivos, mas, como já é costume, os motivos não importam mais, pois se desconstroem com a mesma facilidade com que são construídos.
Enfim, toda experiência acumulada é válida, uma vez que serve tanto como base para interpretarmos e construirmos as informações a partir dos fragmentos apresentados, como para transformarmos toda essa experiência em novas informações, para que sirvam de motores desse ciclo (infinito?) de construção, fragmentação, síntese, desconstrução e reconstrução.


(Texto feito para a disciplina de Sociologia. Para melhor entendimento, ler TOMAZI, Nelson Dacio. SOCIOLOGIA PARA O ENSINO MÉDIO. p. 21. Editora Atual)

Brasil e o carrocentrismo atrasado

Brasil e o carrocentrismo atrasado

Vivo em um país essencialmente carrocentrista. Desde os "anos dourados" do governo de Juscelino Kubitschek, praticamente todo o capital destinado para a infraestrutura de transportes é investido em rodovias, viadutos e pontes, ignorando as já existentes ferrovias que cruzam o país. Além disso, impera a cultura de que ter seu meio de transporte próprio e usá-lo individualmente é o melhor a fazer.
Todos os dias vejo, no trânsito da cidade onde vivo, localizada na região metropolitana de Porto Alegre, engarrafamentos insolúveis, causados parte pela má educação dos motoristas, parte pelo excesso de veículos transitando pelos mesmos espaços nos mesmos horários. Essa quantidade significativa de veículos se dá pelo grande número de incentivos que são dados pelo governo brasileiro para que o povo possa comprar seu carro próprio, o que faz com que a frota cresça rapidamente e não caiba nas rodovias. Se não houvesse tamanho esforço da parte do governo, não haveria, talvez, tamanho crescimento no número de veículos circulando, e seria possível que o trânsito flua livremente.
Outro problema é que a frota, além de numerosa, é atrasada. Segundo dados de agosto de 2010, 40% dos veículos em circulação rodam há mais de dez anos. São veículos mais lentos, poluentes e inseguros. Certamente esse número é alto porque carros antigos são isentos do IPVA. Miguel Jorge, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior à época da realização do estudo, defendeu a adoção do modelo utilizado no Japão: isentar os veículos novos, cobrando impostos apenas pelos carros antigos, maiores causadores de problemas, segundo suas palavras. Desse modo, deixa de ser mais barato circular com veículos antigos, o que faz com que a frota se renove e garanta, se não a sua diminuição, pelo menos maior segurança e, com isso, maior fluidez.
Através dessas medidas, haveria, sim, melhora na qualidade do transporte rodoviário, tornando possível que o carrocentrismo continue a existir. Assim, não se fazem necessárias mudanças drásticas nem tampouco se desperdiça os investimentos já realizados, permitindo que todo cidadão possa transitar livremente com mais segurança e conforto.

Referência:
JORGE, Miguel. In: BARROS, Guilherme. Ministro defende imposto para carro velho. Disponível em: http://colunistas.ig.com.br/guilhermebarros/2010/08/03/ministro-defende-imposto-para-carro-velho/. Acesso em 11/10/2012.


(Texto feito para a disciplina de História, mas com opinião tamanha que merece estar aqui)

Calma

Para aqueles que pensam que penso em suicídio, não estão, em hipótese alguma, errados. Penso, sim, e repenso, várias vezes. É tentador.
É tentador porque resolveria o problema que mais me inquieta. E falo de solução, sim, e não de fuga. Resolveria.
Mas, de que me adiantaria? Teria resolvido o mal que me aflige, mas não estaria aqui para beneficiar-me disso!
Logo, peço calma. A depressão é o meu caminho; um caminho tortuoso por entre pedras e espinhos, mas que me faz chegar vivo ao final, onde o cume me espera, com a mais bela das vistas.
E tudo não passaria de ilusão.

Como um apertão no saco

É, bem isso! Toda a pressão sufocante, vinda de todos os lados, que me impossibilita de correr, de fugir, de gritar!
Toda essa falta de limites! Pessoas não sabendo onde termina a brincadeira, pessoas não sabendo onde o assunto se esgota, pessoas insistindo que acreditemos nas mentiras que contam para si mesmas, pessoas cobrando muito mais do que estão dispostas a ajudar a fazer, pessoas esquecendo que nosso tempo é finito!
E assim as coisas quebram. E assim a diversão acaba, e só o que me resta é a sujeira para limpar, os cacos para reunir.
E a distância... Ah!, essa distância! Tão perto que sinto seu cheiro, mas tão longe que é como se um muro de pedras estivesse entre nós.
Meu maior medo? Ah, a despedida. Olhar pra trás e ver que foi bom, mas que houve tamanho desperdício de tempo entre as partes boas. E é assim que, pouco a pouco, vou morrendo.
De dentro pra fora.

O clube dos estranhos ao seu eu passado

Deparei-me, em minhas stalkeadas à maninha do meu S2, com a pergunta: a criança que eu era teria orgulho de mim?
Nem precisei refletir muito pra ter certeza de que a minha resposta é não. Entretanto, a minha reflexão veio do ponto inverso: eu também não tenho orgulho da criança que eu era. Mudei, mudei muito. Mudei o suficiente para ser "outra pessoa", alguém que não conseguiria conviver com meu eu passado.
Virei um estranho a mim mesmo, dependendo da referência temporal.
Quanto a você? Identifica-se? Se sim, seja bem vindo ao clube!

Minha bossa da alegria

É melhor ser alegre que ser triste,
A alegria é a melhor coisa que existe,
A alegria é a melhor coisa que existe.

Porque eu nasci foi pra ser dos mais alegres,
Sempre bem faceiro e serelepe,
Sempre bem faceiro e serelepe.

E quanto mais me aparece o desgosto,
Mais forte é o sorriso no rosto,
Mais forte é o sorriso no rosto.

Mesmo que às vezes fique bem carente,
A alegria é que vai mover a gente,
A alegria é que vai mover a gente.

Chega de viver tão triste!
Chega de cantar pra solidão!
Chega de dedicar à saudade
Os nobres versos da minha canção.

Na minha bossa da alegria
Eu continuo todo dia
E quando chegar mais um povo
Vou começar tudo de novo.

Freud rosado

O lado preto da lua branca
É onde o rato encontra o queijo.
The lunatic is on the grass.
O procuro sempre, mas não o vejo.

Só mais um tijolo no muro,
Insignificante.
Mas é parte de toda a trama.

É grandão e tá lá no céu.
ÔôooôôÔÔô!
Que susto!

Somos duas almas perdidas
Nadando num aquário.
Queria que estivesse aqui,
Ano após ano.


Dinheiro! Get away!
Corra como o inferno!
Nós e eles queremos, vamos te pegar.
Um gnomo chamado Grimble Crumble
Tem uma bicicleta e um homem-biscoito-de-mel.
Pedala, pedala, pedala.
Uuuuuóóóó

Chego na escola
As crianças não querem esse tipo de educação.
Hey, teacher, leave those kids alone!, grita Eugênio.
Cuidado com o machado!

A injusta dor do burro clarividente

Dói, dói, dói! Mas dói porque fui burro! Eu, que sempre penso, que sempre prevejo, deixei que tudo chegasse a esse ponto. Deixei, no fim, que a raiva subisse à sua cabeça. Depois, a contiv. Inexplicável, um tanto quanto sem motivos. Mas, ainda, previsível e justificável. Paradoxal.
Por sorte, minha língua não foi arrancada. Tenho voz, tenho palavras. Tenho a capacidade de argumentar. Tenho o dom da cura. Tenho, também, meus defeitos úteis. Paranoia, afeição excessiva, teimosia. Nada disso me permite deixar estar. Tenho o poder de mudar, de resolver. So, why not?
E assim foi feito. Não ha permissão para que tudo fique mal. E não está.
Resta a espera pelo fim de semana, pelo colo, pelo abraço, e mais que tudo, pelo nosso beijo.

Das minhas quimeras

De mim, nada terás,
Oh insano e vil desejo
De cometer esse doce pecado,
De outra vez ter o seu beijo.

Quedo-me sempre pensando,
Meditando, refletindo,
E enquanto perco meu tempo,
A vida vai se esvaindo.

Machuquei-me, macheuquei-a,
Disso sou consiente.
Como posso ter, (oh, Jah),
Tão maléfica mente?

Maléfica, malévola, sim,
Porque meu amor fiz sofrer.
Doutra feita, só o faria
Mais e mais me querer.

Portanto, escrevo estas linhas,
Perco-me em pensamentos,
Afogo-me em saudades
E fico a esperar teus alentos.

Muitas formas de expressão, mas nenhuma maneira

Escrevi muito, hoje. Conversei. Toquei. Cantei. Dancei. Lutei, até. Ainda assim, sinto que não me expressei.
Não, não expressei aquilo que quero, que preciso expressar. Estou numa felicidade tremenda, até elétrica! Mas estou agoniado ao extremo!
"Eu não sei o que eu tô fazendo, mas... tive que fazer". Essa frase tá martelando minhas têmporas pelo dia inteiro. E eu, aqui, sem saber como agir, como me livrar dessa agonia, como me expressar adequadamente.
Sinto que, se eu tiver sucesso, essa alegria há de contagiar a todos que se deixarem tocar.
Mas eu simplesmente não consigo.
(Eita, perigo).

Dia cheio de vazio

Sinto-me tão vivo! Tão desperto, tão criativo!
Mas tão sufocado... preso nessa rotina, sem a liberdade de ir e vir quando quero e com quem quero. E cada vez mais os instantes bem aproveitados passam voando. Arrasta-se o tempo de espera. E nesse limbo, perdido, fico eu.
Esperando, esperando, esperando...
E escrevendo.

O declínio das tradições juninas

Vinte e quatro de junho: dia de São João. Logo me lembro das grandes quermesses, altas fogueiras, guloseimas em quantidade, sorrisos, alegria. Entretanto, é apenas uma lembrança, pois não mais reconheço esses detalhes, nem tampouco percebo o "clima caipira".
"Onde estão as bandeirinhas?", eu me pergunto. Já não mais encontro as ricas, sem deixar de ser simples, decorações juninas. Não encontro mais os meninos usando chapéus de palha e bigodes desenhados, nem as meninas e seus vestidos cheios de babados, suas tranças e suas bochechas cor-de-rosa, cheias de pintinhas. Não vejo camisas xadrez, calças remendadas, danças de quadrilha, recadinhos anônimos, a tradicional brincadeira da pescaria. Não sinto mais aquela sensação de paz, de que todos buscam a ingênua diversão caipira.
Mesmo o comércio, o qual via, aí, grande oportunidade de lucro, não tem suas vitrines enfeitadas com balões de papel e correntinhas penduradas. O marketing televisivo também não usa mais o tema das festividades. A cada ano, festas menores, e em muito menor quantidade. Tomando como exemplo a Fundação Liberato, podemos verificar que, embora tenha sido uma evolução o retorno da festa junina, temos festejos fracos,desinteressantes, até, o que contrasta fortemente com as tradições de vinte e cinco anos atrás, conforme contam Iole Schmindt e Luciano Lawisch, estudantes da época e, afortunadamente, meus pais. Segundo eles, naquele tempo a festa não durava apenas um dia; durava uma semana, com eventos e atividades tradicionalistas organizadas tanto por alunos quanto pela escola. Todos vinham a caráter, participavam, se divertiam, dançavam, pulavam, riam!
E hoje? Hoje, apenas uns poucos que guardam boas lembranças e, assim como eu, insistem em tentar manter vivas as tradições festivas, permitindo que outros também tenham, ali, seus bons momentos.


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Só pra constar que o texto é de uns dias antes do dia de São João, e, tendo sido recebido de volta só no presente, posto-o aqui tal como o escrevi.

E chegam as férias

Tantas situações; Tanta coisa pesada aconteceu... Como disse anteriormente (se não aqui, disse no Twitter), entreguei, confiei, aceitei e, agora, agradeço.
Tudo passou, e, agora, chegam as férias. Chegam com o alívio mental. E esse alívio não tem nada a ver com a escola. Irônico, não?
Talvez o alívio seja justo a preocupação excessiva, as medidas tão "drásticas" e tão divertidas que nós dois tomamos. Sei que resolveu. Hoje isso se confirmou.
Agora, tantos convites que até me sinto popular. Tantos amigos, tanta gente que eu percebo que não dou o valor merecido... E, na hora de ir atrás, de rever e criar mais e mais bons momentos, vejo que minha carteira está vazia demais para que eu possa aproveitar.
Conversando com a tão querida Luiza, a qual me convida a um passeio na Redenção, percebo o quão impactante é essa interrupção nas boas convivências que o dinheiro me causa... Percebi que, sem dinheiro, não posso ir às festas, aos shows... Mas, isso tudo está imortalizado em canções gravadas, para que todos possam ouvir. Então, veio-me as seguintes frases: "'Agora, amigos não se gravam, a não ser nos bons corações :) '
Porque a vida é muito curta e a carteira é muito vazia pra gente curtir tudo como deveria."
Sim, falta muito tempo, e muito dinheiro! Não quero comprar coisas supérfluas (pelo menos não é o que quero agora. Não me isento!), não quero simplesmente ser rico. Quero ser próspero, quero aproveitar cada momento bom que meus amigos e meu amor me trazem.
No fundo, são eles que me fazem realmente feliz, sem falsa satisfação, sem máscaras de alegria, apenas bons momentos fluindo, eternamente gravados nas nossas histórias.


Percebi, também, que, se não for imortalizado por meus atos (o que é improvável, visto que meus mais heroicos atos são conhecidos por muito poucos, e assim permanecerão), talvez o serei por minha palavras, as quais têm impacto tão grandioso sobre o próprio falante. Não sei se mais alguém sente que as coisas fazem mais sentido depois do que eu digo, mas eu sinto, e é aí que está a diferença. Em si mesmo está o futuro.

A todos, um sincero, grande, forte e profundo abraço. Ao universo, o meu muito obrigado.

Da dor e da perda

Dor: o aborto elétrico dos novos bons sentimentos neuroquímicos.
Por que as escolhas dos outros têm de me afetar tão diretamente? Por que eu tenho de ser empurrado contra a parede, encurralado em um beco?
Eles dizem que uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa. Eles são os que não o percebem.
Você não pode perder o controle. Não pode deixar a raiva, o medo, a ânsia, a dor tomar conta das suas ações. Uma vez feito, não há como ser desfeito. Seria um laço desfeito para sempre. Uma perda inestimável, e eu sei seu valor. Só a massa encefálica desenvolvida do ser em questão considera o contrário. Talvez, a falta do uso dessa massa para questões como essa, quando é mais fácil ser a vítima.
Ser a vítima? Posso parecer simular ser a vítima. Entretanto, não é o que sou. Sou um ator no processo, sem, contudo, deixar de questionar cada passo, meu ou de outrem.
Onde estão as promessas?
E eu não vou deixar NADA sair do meu controle. E, ao mesmo tempo, não tenho o controle de nada. Só entrego, confio, aceito e agradeço.

Mais pensamentos a ser registrados

E se "a luz do fim do túnel" for a luz da sala de parto?

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Ao fim de tudo, não importa o quão inteligente és, mas sim a maneira como usas essa inteligência ou sua ausência. Aí, sim, é que reside o valor.

Do Inferno

O Inferno é o vazio! O sem-razão, o sem-emoção, o sem nada! O Inferno é a não-comunicação, é o não-pensamento, é a não-interação, o não-acontecimento. O desencontro. O mundo cheio de gente vazia. A bebedeira sem companhia. A desinformação, a proibição, a religião. A falta de cultura, de arte, de humanidade. É o papel sem escrevente, é o violão sem cordas, a cena sem cenário, um esqueleto no armário. O Inferno são os outros. O Inferno é você.
O Inferno... também sou eu.

(Definição de inferno, feita para a aula de Língua Portuguesa após a leitura dos textos de mesmo tema de Dante Alighieri e Arnaldo Antunes)

Uma linha, que já vale por toda a leitura

(Mentira, não vale, não, porque, até onde li, é uma leitura excelente, esse Amar: verbo intransitivo)

"(...) aceita primeiro, e depois compreende. O que existe deve ser tomado a sério. Porque existe."

Tire, daí, suas conclusões.

Sobre sexo e hipocrisia

Assunto do dia: a sex tape protagonizada por uma estudante do Colégio Santa Catarina. Em todas as rodinhas, escuto algum comentário. Todos depreciativos.
Será possível que esse povo não perceba que estão denegrindo aquilo que tanto querem? Porque, sim, na hora de falar, todos falam sobre o sexo. Sexo interessa. Todos querem ver sexo. Entretanto, todos o têm como algo ruim, "sujo". E, ainda assim, o querem.
Eis, aqui, o mundo da hipocrisia.

Just a Clockwork Orange

Começamos apenas querendo viver nossas vidas, ao nosso modo, sem preocuparmo-nos com a vida dos outros e em como ela nos afeta. Fazemos coisas vis, mesquinhas. Coisas das quais certamente nos arrependeremos. Coisas das quais possivelmente receberemos punição.
Então, eis que é chegada a hora: tudo dá errado, e caímos em nós. Uma vez no fundo do poço, nos agarramos a qualquer meio que acalente uma ínfima esperança de redenção. Não queremos, ora, nossa liberade cerceada!
Oh! Estamos salvos!, pensamos. Ledo engano. Somos cruelmente punidos por todos aqueles a quem fizemos algum mal. O rancor, envelhecido em um invólucro de carne, gera as mais cruéis vinganças. Todos os vingadores, porém, julgam-se senhores do nosso destino, pois querem decidir o que deverá ser usado como punição, e quando será suficiente. São eles, despidos de fé, quem se esquecem de que a própria vida se encarrega disso, e que eles mesmos não têm o que ver com essa decisão do futuro.
Após sofrimento enormemente maior que o por nós causado, tornamo-nos mártires, e os mártires nada mais são que fantoches políticos.
Servis, sorrimos sempre. A troco de bosta.

Arrependem-se os que praticaram sua tão esperada vingança. São eles que alimentam a roda. São eles que fazem com que tudo permaneça igual. Ironicamente, também são eles os que mudam, e dão oportunidade de um novo ciclo de dor e sofrimento.

A procura da "pessoa certa"

Estão sossegados aqueles que já encontraram, mesmo que, no tempo futuro.
Os que procuram, nunca encontrarão realmente, porque estarão para sempre incertos, e valorizarão os defeitos daqueles que encontrarem, querendo qualidades em seu lugar.

Só pra deixar registrado o pensamento...

É interessante o modo como buscamos pessoas aptas à serem os melhores pais, seja pelo físico (os homens buscam mulheres com grandes mamas e quadris largos e arredondados, enquanto as mulheres buscam homens de aspecto forte, visivelmente aptos a proteger elas e suas crianças), seja pelo psicológico (inevitavelmente buscamos àqueles que possuem as qualidades que queremos que o pai ou a mãe de nossos filhos tenham). Após encontrar alguém ao menos minimamente apto, passamos a simular a procriação e, sentindo a excelência de tal momento, buscamos simular mais frequentemente, mais repetidamente e com mais qualidade.
Entretanto, mesmo após toda essa busca pela paternidade/maternidade perfeita, evitamos a todo e (quase) qualquer custo chegarmos ao estado de pais e mães. Evitamos aquilo que tanto buscamos.
Paradoxal.
Perfeitamente humano.